Resenha sobre o filme "Rolou Uma Química"
- Título: “Rolou Uma Química”
- Título original: “Better Living Through Chemistry”
- Diretores: Geoff Moore & David Posamentier
- Produtores: Keith Calder, Anders Erdén, Graeme Law, Peter Nichols, Paul Brett, David Posamentier e Tim Smith
- Roteiristas: Geoff Moore & David Posamentier
- Ano de lançamento: 2013
- Duração: 92 minutos
Nesta inusitada comédia romântica, Doug Varney, um farmacêutico de uma pequena cidade, é ignorado e subestimado por todos ao seu redor, sejam eles integrantes de sua família ou não. A sua esposa é controladora, o seu filho não lhe dá ouvidos e o seu sogro o menospreza. Certo dia, Doug conhece Elizabeth, a estonteante esposa troféu de um ricaço ausente. A moça é viciada em remédios que, segundo ela, resolvem os seus problemas, até que, ao começar uma relação extraconjugal com o farmacêutico, este finalmente acaba testando o poder dos medicamentos.
A produção e a direção do filme são notavelmente bem executadas e elevam a qualidade dessa obra cinematográfica, que, pela sinopse, poderia, sem qualquer surpresa, oferecer uma péssima experiência ao espectador. Contudo, “Rolou uma química” agrada desde os créditos iniciais, que são expostos em uma espécie de maquete (uma brincadeira com o tamanho da cidade onde se passa o enredo), sob o som de uma trilha sonora super competente e primorosa. Por sua vez, as estrelas Sam Rockwell, Olivia Wilde e Michelle Monaghan entregam interpretações sublimes nos papéis principais, embalados por um roteiro repleto de reflexões e que passa longe do esperado. Ainda, Jane Fonda, numa jogada de mestre feita pelos cineastas, surge maravilhosa como a narradora da história.
Portanto, posso afirmar categoricamente que o título em questão fascinou-me do início ao fim da projeção, tanto porque presenteia o público com uma hora e meia de diversão inteligente, quanto porque aborda com delicadeza temáticas extremamente importantes na atualidade, como: a forma pela qual um homem dócil é encarado pelas demais pessoas; a tormenta vivida em relacionamentos abusivos; a falta de tempo que os pais têm para educar decentemente seus filhos; o excessivo uso de medicamentos por parte de alguns indivíduos; a infidelidade como sinal de ruptura nas relações; a ética profissional necessária aos farmacêuticos; e a coragem para realizar mudanças significativas. Enfim, “Rolou uma química” é um filme com alguma possibilidade de ser banal, esquecível, mas que, pelo menos para mim, tornou-se especial e inesquecível; um exemplar valoroso da sétima arte.